A discussão sobre o que o telespectador quer assistir consome um espaço significativo das reuniões queconcentram os executivos da televisão. Estes encontros geralmente acabam em teorias que, em muitas vezes, não se aplicam no dia-a-dia. Sabe aquele projeto desenhado a partir de pesquisas de opinião que é perfeito no papel, mas que na tela não atinge os números desejados e deixa de ser exibido? É apenas um dos resultados dessas reuniões. Tem também a busca por novos formatos da dramaturgia porque a sondagem científica diz que o público não quer histórias longas e que as novelas repetem as velhas fórmulas. A mudança é necessária, gritam esses executivos, que pressionam os autores para que encontrem as novas formas de se fazer novela.
Ai… vem uma novela bem escrita, com elenco de primeira e bem escalado, com alguns ingredientes novos, mas com os itens clássicos que garantem audiência. “Passione” é o melhor exemplo. A audiência da trama de Silvio de Abreu disparou a partir da velha pergunta “quem matou?”. E vem mais mistério por ai. A morte de uma das personagens de destaque vai mexer com a curiosidade do telespectador. Será que os dois assassinatos estão ligados? Quem matou? Por que? É a velha fórmula que atende muito bem às necessidades de entretenimento de quem está em casa e quer assistir algo interessante. Na última segunda-feira, “Passione” foi assistida por 58% das pessoas que estavam com a televisão ligada, uma participação importante na audiência. Ontem, a trama atingiu os mesmos patamares. Os últimos números comprovam que em televisão vale muito mais a sensibilidade de autores, artistas e produtores do que teorias criadas a partir de pesquisas e que a modernidade e a inovação podem conviver perfeitamente com as velhas e eficientes fórmulas. “O telespectador manda na TV” ainda é uma afirmação válida.
Texto Escrito por José Armando Vannucci do Site Parabólica
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